A Justiça de São Paulo acatou o pedido do youtuber e humorista Felca para quebrar o sigilo de 233 perfis na plataforma X (antigo Twitter) que o acusaram de pedofilia e abuso. A decisão, proferida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), obriga a plataforma a fornecer os dados dos IPs de acesso dos perfis nos últimos seis meses, sob pena de multa diária de R$ 200 em caso de descumprimento.
O caso teve início em 6 de agosto, quando Felca publicou um vídeo denunciando casos de exploração sexual infantil nas redes sociais. Para a apuração, ele utilizou seu perfil público para seguir todas as contas suspeitas, o que, segundo ele, gerou uma onda de difamação. O youtuber foi falsamente acusado de consumir e compactuar com conteúdos criminosos.
Na decisão, a juíza responsável pelo caso considerou a “probabilidade do direito e o perigo de dano“, afirmando que as publicações “revelam provável prática de ilícitos“.
Com os dados em mãos, Felca pretende processar os responsáveis pelos perfis por calúnia e difamação nas esferas cível e criminal. O youtuber garantiu que todo o dinheiro arrecadado nos processos será doado a instituições de caridade. Segundo seu advogado, João de Senzi, cerca de 80 perfis já se retrataram, pediram desculpas publicamente e fizeram doações para as instituições indicadas. Contra esses perfis, os processos não terão andamento.
HISTÓRICO E DESDOBRAMENTOS
Felca afirmou que esta é a primeira vez que processa acusações contra sua pessoa na internet. Em seu vídeo de denúncia, ele explicou que a motivação foi tanto pessoal, por conhecer vítimas de abuso, quanto social, para combater a banalização da palavra “pedofilia”.
O vídeo de denúncia, que denunciava influenciadores como Hytalo Santos, viralizou e já soma mais de 37 milhões de visualizações. Após a repercussão, a conta de Hytalo no Instagram saiu do ar, mas não há confirmação se a ação tem relação direta com a denúncia de Felca.
Este é o terceiro processo movido pelo youtuber sobre o tema. Em novembro de 2024, ele obteve a quebra de sigilo de três perfis no X. Em janeiro de 2025, solicitou a sete operadoras de telefonia os dados cadastrais dos IPs obtidos no processo anterior, em uma ação que ainda está em tramitação.
